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Retíficas de motores: Evolução ou Involução?

De tempos em tempos, determinados setores da atividade empresarial brasileira passam por sérias dificuldades e muitas empresas não conseguem sobreviver.

Para falar apenas de um segmento ligado ao nosso setor de retífica e reparação de motores, vamos lembrar do que ocorreu com as lojas de autopeças.

Em um passado não muito longínquo, principalmente na cidade de São Paulo, tivemos um “boom” no crescimento do número de lojas de autopeças. Todo dia abria uma loja nova. A proliferação levou ao excesso de oferta e à concorrência acirrada. Porém, sempre que o Brasil passava por uma das suas inúmeras crises econômicas, a última coisa que o brasileiro pensava era em arrumar o carro. Neste momento, as vendas caíam vertiginosamente. Na disputa pelos poucos clientes, as lojas passavam da concorrência acirrada para a concorrência predatória. Muitos comerciantes passaram a vender até mesmo para os clientes “lista negra”, já considerados maus pagadores. Era a ânsia de vender por vender. De vencer a loja concorrente a qualquer custo. Mesmo vendendo sem margem de lucro, às vezes com prejuízo, e com o alto risco de não receber. Claro que isso não ia terminar bem. E não terminou mesmo. Muitas lojas de autopeças não conseguiram mais receber o enorme volume de cheques sem fundo. Com isso, também não pagavam os fornecedores, e não repunham os estoques.  Sem produtos, sem clientes. E fecharam as portas.

Hoje, o cenário é outro no setor de varejo de autopeças. As lojas que sobreviveram se fortaleceram. E as mais capacitadas são os principais fornecedores das oficinas e das retíficas de motores. Negociam descontos, faturam, e entregam as peças na porta do cliente. Até com pedidos programados, o que permite ao retificador receber as peças somente no momento da montagem dos motores.

O setor de autopeças apresenta alguma semelhança com o nosso segmento? Sim, muitas semelhanças. Mas com uma diferença fundamental: as retíficas de motores ainda não conseguiram a estabilidade como negócio. Não temos que matar um leão por dia. Temos que matar um leão por hora!

Mas por que não conseguimos evoluir? Por que estamos sempre em estado de involução?

São vários os motivos. Se hoje temos uma enorme diversidade de marcas de veículos nacionais e importados circulando pelas ruas, tivemos também uma redução dos preços dos veículos zero quilômetro. Muitos trocam de carro regularmente, em períodos curtos de tempo.

Os motores atuais atingem uma maior durabilidade, e quando o motor for precisar de uma retífica, muito provavelmente, este veículo já será de segundo ou terceiro dono. Quando este novo proprietário levar o carro para o seu mecânico e receber o diagnóstico de motor fundido, ele pensará nas seguintes alternativas: 1) Vou retificar o motor completo se isso não custar mais do que “xis por cento” do valor do meu carro; 2) Darei uma de “Gerson”, peço ao meu mecânico para fazer uma “meia-sola” no motor e “passo” o carro para frente; 3) Eu e o meu mecânico vamos até um desmanche e vou comprar um motor usado.

Vamos raciocinar sobre o item 1, acima citado. Os consumidores sempre querem o menor preço. Porém, nós os retificadores, não podemos fazer um serviço qualquer no motor, sem seguir as normas da ABNT, NBR 13.032 e NBR 15.831. Cada vez que um motor retificado vira um problema na vida do cliente, todo o setor leva a má fama.

E a perda da credibilidade é algo muito difícil de recuperar depois. Significa o retrocesso para o setor. É a involução.

A exemplo de muitos setores que passaram por graves dificuldades e hoje são vitoriosos, o que precisamos é repensar, “reinventar”, a nossa atividade de retificar motores. É urgente a necessidade de uma mudança da nossa mentalidade. Precisamos dar um novo rumo à nossa atividade para podermos desenvolver e crescer.

Basta de involução! Queremos a evolução!

Zauri Candeo

Zauri Candeo - Presidente do Sindimotor e da Aparem